28 de setembro de 2009

Sem redução de CO2, Terra deve esquentar 4ºC

As temperaturas globais devem subir 4ºC até meados da década de 2050, caso sejam mantidas as atuais tendências de emissões de gases do efeito estufa, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (28) pelo Centro Hadley do Departamento Meteorológico da Grã-Bretanha.

A previsão é compatível com um relatório da ONU na semana passada, segundo o qual as mudanças climáticas estão superando as piores previsões de 2007 do Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPCC).

"Nossos resultados estão mostrando padrões similares [ao IPCC], mas também mostram a possibilidade de que mudanças mais extremas possam acontecer", disse Debbie Hemming, coautora da pesquisa divulgada no início de uma conferência sobre a mudança climática na Universidade de Oxford.

Líderes dos principais países emissores de gases do efeito estufa reconheceram em julho a opinião científica de que, para evitar as mudanças climáticas mais perigosas, a temperatura média da Terra não pode ficar mais do que 2ºC acima dos níveis pré-industriais.

O relatório de 2007 do IPCC estimava um aquecimento de 4ºC até o final da década de 2050. O novo estudo confirma que tal aquecimento pode acontecer ainda antes, em meados da década de 2050, e sugere efeitos locais mais extremos.

Um avanço em relação a 2007 foi incluir o provável efeito dos 'ciclos de carbono'. Por exemplo, se parte da Amazônia morrer por causa de uma seca, isso exporá o solo, liberando mais carbono originalmente presente na matéria orgânica à sombra.

"Isso amplifica a quantidade do dióxido de carbono [o mais comum dos gases do efeito estufa] que entra na atmosfera, e portanto [amplifica também] o aquecimento global. Isso realmente está levando a mais certezas [quanto ao aquecimento]", disse Hemming.

As conclusões devem ser levadas em conta nas negociações de cerca de 190 países para a adoção de um novo acordo climático global, numa reunião da ONU em dezembro em Copenhague.

O aumento das temperaturas é sempre avaliado em comparação aos níveis pré-industriais. Cientistas dizem que o mundo já se aqueceu 0,7ºC desde então.

Um aumento médio de 4ºC mascara aumentos regionais ainda mais intensos, como por exemplo um aquecimento superior a 15ºC em partes do Ártico, ou de até 10 graus Celsius no oeste e sul da África, segundo o estudo divulgado na segunda-feira.

"É bastante extremo. Não acho que caia a ficha para as pessoas", disse Hemming. O degelo da calota polar, por exemplo, exporá à luz do sol uma maior superfície de água escura, absorvendo mais radiação e provocando efeitos ainda mais descontrolados sobre o clima global.

Fonte: Reutes, Londres. 28/09/2009

1 de setembro de 2009

Balcão de Idéias

Aqui ficam registradas algumas sugestões de projetos a serem desenvolvidos para auxiliar ou incrementar o desenvolvimento de Foz do Iguaçu.

1. ZRRE - Urbanismo: Propor a criação da ZRRE - Zona de Risco por Radiação Eletromagnética. Esta idéia é de um projeto urbanístico, consiste em mapear a cidade segundo medições com radiômetro, avaliando o risco de câncer em decorrência dos linhões de alta tensão de Furnas. A cidade de Foz possui moradias em locais de alto índice de radiação, o que cria um grave problema de saúde pública, onerando os cofres públicos.

2. Marco Integrado das Três Fronteiras. Propor um grande projeto turístico para incrementar o marco das três fronteiras, interligando a região com teleféricos, comércio e artesanato dos três países. O projeto consiste em criar três grandes galerias comerciais aos moldes da Dutty free, uma em cada país, logicamente obedecendo a legislação alfandegária.

3. Parque das Nações. Em uma grande área do município, propor um grande parque municipal dividido em quadras, onde cada quadra seria um protótipo de um dos países presentes na região. A quadra da China, do Japão, do Líbano, da Argentina, do Paraguai etc, das etnias mais presentes na região. Em cada quadra, o visitante se sentiria no país de origem, com gastronomia, música, arte, arquitetura, pavimentação, paisagismo, tudo que lembrasse a etnia ali representada.

4. Porto Fluvial Foz - Buenos Aires - Montevideo. Proposta de um porto e de um projeto de interligação de Foz do Iguaçu com Buenos Aires e Montevideo - bacia do prata. A viabilidade desta proposta se dá pela eclusa existente na única usina hidrelétrica existente no Rio - Yaciretá. Este porto poderia fazer "um par" com o marco integrado das três fronteiras.

5. Nova Beira Rio. Consiste em revitalizar a beira-rio, da ponte Tancredo Neves - Argentina, até a Ponte da Amizade, culminando com uma grande concha acústica na área da pedreira de Porto belo. Ali poderiam ser feitos grandes shows e exposições, com fácil deslocamento para o Paraguai e Argentina, público cada vez mais presente na região trinacional. Se consideramos este público-alvo, grandes projetos nas cercanias dos rios que envolvem a cidade, tornam-se viáveis.

Por enquanto é isso, deixe suas sugestões, críticas e comentários. As idéias estão aí para serem copiadas, clonadas, levadas adiante, por quem quer que seja! Afinal, algumas nem são novas...

21 de julho de 2009

Orkut conta suspensa: Melhor resposta

Era usuário do Orkut desde o início do site, inclusive já tendo contribuindo para a melhoria do mesmo, com uma entrevista que dei a um dos seus colaboradores (Alex Primo) em 2005, por ser um dos primeiros e assíduos usuários do Orkut no Brasil.Para a minha surpresa no início desta semana tive meus sete perfis excluídos, sendo que jamais transgredi os termos de uso do site, e o que é pior, eles colocam avisos para se postar o número do celular e nada acontece, colocam formulários para a reativação do perfil e também nada acontece. Se acham no direito de fazer o que bem entendem com usuários honestos e íntegros. É um absurdo! Esta atitude por parte deles fez com que eu perdesse milhares de contatos e dezenas de comunidades cuidadas ao longo dos anos com carinho e esmero. Hoje elas foram “pegas” por pessoas que nada fizeram para a melhoria do Orkut e se aproveitaram de uma injustiça, tomando posse de comunidades sérias, idealizadas por mim e administradas de uma maneira responsável e correta. O mínimo que poderia se esperar seria que caso o perfil do dono fosse excluído, junto com ele as comunidades idealizadas e criadas por ele também fossem deletadas.As atitudes das pessoas que gerenciam o Orkut, lembram as praticas da época da ditadura e holocausto. É claro que eles não estão nem aí para as pessoas que foram injustiçadas, se funcionários do Google vem aqui ler estas mensagens (o que eu acho muito difícil), devem dar gargalhadas de nós. Eles se escondem e se acham "blindados" pelo anonimato, mas esquecem que grandes empresas e poderosas como é atualmente o Google já ficaram para trás, vide a Microsoft.É público e notório as inúmeras irregularidades que existem no Orkut, como pornografia, apologia a crimes (alguns hediondos), abuso, pornografia infantil, vírus e spammers (quem nunca sofreu com os inúmeros recados “sem noção” no seu perfil?), etc... Não sou eu que estou falando isso, basta apenas ler a matéria de capa da revista Veja desta semana (edição 2113). Estes usuários sim, que o Google deveria concentrar todos os seus esforços para punir, não ficar genericamente tomando atitudes autoritaristas com seus usuários que nada fizeram de errado.Se acompanharam na imprensa, lembram que há pouco tempo atrás houve uma briga do Google com uma das mais respeitadas instituições do Brasil – O Ministério Público, pois não queriam fornecer os dados dos criminosos que atuam em sua rede de relacionamentos. Esta atitude caracterizou uma complacência com os criminosos. Uma empresa que realmente fosse séria e respeitasse o país em que atua, não questionaria isso jamais. Só depois de muita insistência e ameaças por parte das autoridades brasileiras eles resolveram ceder. Isto mostra o quanto eles se acham “donos do mundo”.O descaso é tão grande que nem serviço de atendimento aos usuários eles possuem. Fazem o que querem e fica por isso mesmo. Não dão a mínima satisfação e o que é pior, enganam pedindo números de celulares, formulários que após postados vão para um “buraco negro”, telefones em que atende uma gravação e um e-mail (help@orkut.com) que só faz enviar mensagens automáticas. Deixam os usuários perdidos e sem possibilidade de tomar nenhuma atitude para se defenderem ou questionarem.Um dos maiores temores da humanidade é que um dia as máquinas dominem o planeta, mas se pensarem bem, no caso do Google / Orkut, isto já está acontecendo, pois não acredito que tais atitudes sejam tomadas por seres humanos providos de coerências e sentimentos. Mesmo que haja uma parte “podre” na empresa, deve ter alguém com o mínimo de bom senso, mas onde estão estas pessoas?Estas atitudes do Orkut, como excluir meus perfis, não darem a mínima satisfação sobre determinadas atitudes, os milhares de spams, os vírus, etc... me fizeram refletir sobre que benefícios reais um site como Orkut trás realmente. Cheguei a conclusão que é nenhum ou melhor dizendo até prejudicam, pois expomos as nossas vidas e costumes. Por isso que apenas uma parcela muito pequena dos norte americanos (onde o site foi criado) que acessam a Internet usam o Orkut, preferem o Facebook ou o MySpace. Nos países denominados de primeiro mundo a porcentagem de usuários do Orkut é insignificante. Infelizmente, bem antes de nós eles perceberam que essas ferramentas prejudicam mais que beneficiam.Quem é usuário desde o início do Orkut lembrará que no início do site eles já demonstravam o seu autoritarismo. Quem tivesse muitos amigos ou fizesse qualquer coisa “supostamente errada” eles “prendiam”, ou seja, colocavam no lugar da foto no perfil uma imagem de grades de cadeia e você não poderia fazer nada no site, ficava assim por vários dias e até meses. Esta é uma prova da filosofia que rege a empresa. Hoje eles evoluíram nas medidas repressivas, algumas que remetem ao tempo do holocausto e como disse acima, da ditadura, diferentemente do que foi mostrado no documentário sobre o Google, onde predomina a liberdade e o bom senso.Não serei hipócrita de dizer que caso haja um milagre (o que acho agora depois que escrevi mais difícil ainda) e meus perfis sejam restabelecidos, não voltarei a utilizar o site. Talvez até volte, mas com uma visão completamente diferente e sabendo que o Orkut não é um site sério. Mas com aquela sensação de pessoas viciadas em jogos ou drogas, sabem que fazem mal, mas as utilizam.
Antonio RitterDiretor e Produtor Executivo da série de filmes documentários Dives Brasilwww.divesbrasil.com.br

18 de junho de 2009

Como criar um projeto de lei?

Para quem se interessa em políticas públicas, segue um link interessante para embasar a criação de um projeto de lei.

16 de junho de 2009

Filme Home, vale a pena assistir

Esta iniciativa merece todo o nosso apoio e divulgação:

(o link remete ao filme com legenda em português)




Melhor que eu já vi sobre especialistas...

“O mundo está cheio de especialistas, alguns até sabem o que dizem.”

Escritora Donna Leon, em "Acqua Alta" (Citada no blog de Fernando Albrecht).

17 de abril de 2009

Pegada Ecológica e o dilema: capitalismo ou Socialismo?


Sob a ótica da pegada ecológica, que a grosso modo mede a quantidade de planeta que precisamos para suprir nossas necessidades de sobrevivência, se houvesse uma justa distribuição de renda e todos consumissem dentro de um mesmo padrão almejado, não haveria planeta suficiente, na realidade já não há. Sendo assim, se hoje ainda temos um pouco de planeta para ser consumido, isso se deve à quem consome pouco ou nada, ou seja, pobres e miseráveis. Defender um consumo para todos, sem critérios, é nada mais nada menos do que, indiretamente, defender o "fim do mundo". Esta situação exige uma reinvenção das duas ideologias, a capitalista e a socialista. O "capitalismo estatizante" deste início de século e o "neoliberalismo socialista", são completamente esquizofrênicos. Se estas duas correntes precisam ser repensadas, por que não criar uma terceira visão? O ponto de partida é: considerando a população terrestre, o que é possível consumir para que o planeta possa habitar as futuras gerações? Posso aqui arriscar um palpite: a síntese entre capitalismo e socialismo, sob a ótica do paradigma do ecodesenvolvimento proposto por Sachs. A razão é simples, a sociedade planetária não mudará sua cultura de consumo em médio prazo - você não abrirá mão disso, por isso precisa adaptar este consumo à formas sustentáveis. Aí eu pergunto: onde estão os cientistas sociais? Ainda estão presos às suas ideologias, tal qual crianças apegadas a seus brinquedos, ou já estão tentando enxergar o novo?

Meio Ambiente: perigo máximo




Se cruzarmos as informações dos diversos cientistas do aquecimento global, veremos que há um risco em pg - progresão geométrica em relação ao aquecimento global. Vejamos: com o derretimento das calotas polares, elimina-se o branco que reflete os raios do sol nos pólos. Isto significa aumento ainda maior da temperatura sem esta defesa natural da cor do gelo, pois os oceanos irão absorver o calor do sol. Derretendo o gelo fica exposta uma camada de matéria orgânica, principalmente na Antártida, que entrando em decomposição irá liberar metano. O metano é o pior gás do efeito estufa, aumentando ainda mais a temperatura do planeta. As florestas, que tanto podem ajudar no sequestro de carbono, também liberam metano. Quanto maior a temperatura da atmosfera, mais metano é liberado pelas nossas árvores. Mais metano, maior a temperatura e ainda mais metano é liberado pelas árvores, criando um ciclo perigoso. Quanto maior o índice de gases do efeito estufa, mais zonas mortas do oceano, ou seja, zonas sem fitoplâncton, que é o maior responsável pelo sequestro de carbono e pela produção de oxigênio. A impressão que temos que estamos a um passo de uma situação de fato irreversível. Os dados acima, estão disponíveis por todos os lados na internet, estão apenas citados ao mesmo tempo...

9 de janeiro de 2009

Está Chegando a Hora...


Se você ainda não leu, vale a pena ler o discurso de Barak Hussein Obama no anúncio de sua vitória nas eleições para presidente dos EUA.

"Olá, Chicago!

Se alguém aí ainda duvida de que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível, que ainda se pergunta se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nossos tempos, que ainda questiona a força de nossa democracia, esta noite é sua resposta.

É a resposta dada pelas filas que se estenderam ao redor de escolas e igrejas em um número como esta nação jamais viu, pelas pessoas que esperaram três ou quatro horas, muitas delas pela primeira vez em suas vidas, porque achavam que desta vez tinha que ser diferente e que suas vozes poderiam fazer esta diferença.

É a resposta pronunciada por jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, indígenas, homossexuais, heterossexuais, incapacitados ou não-incapacitados.

Americanos que transmitiram ao mundo a mensagem de que nunca fomos simplesmente um conjunto de indivíduos ou um conjunto de estados vermelhos e estados azuis.

Somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América.

É a resposta que conduziu aqueles que durante tanto tempo foram aconselhados por tantos a serem céticos, temerosos e duvidosos sobre o que podemos conseguir para colocar as mãos no arco da História e torcê-lo mais uma vez em direção à esperança de um dia melhor.

Demorou um tempo para chegar, mas esta noite, pelo que fizemos nesta data, nestas eleições, neste momento decisivo, a mudança chegou aos EUA.

Esta noite, recebi um telefonema extraordinariamente cortês do senador McCain.

O senador McCain lutou longa e duramente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e duramente pelo país que ama. Agüentou sacrifícios pelos EUA que sequer podemos imaginar. Todos nos beneficiamos do serviço prestado por este líder valente e abnegado.

Parabenizo a ele e à governadora Palin por tudo o que conseguiram e desejo colaborar com eles para renovar a promessa desta nação durante os próximos meses.

Quero agradecer a meu parceiro nesta viagem, um homem que fez campanha com o coração e que foi o porta-voz de homens e mulheres com os quais cresceu nas ruas de Scranton e com os quais viajava de trem de volta para sua casa em Delaware, o vice-presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

E não estaria aqui esta noite sem o apoio incansável de minha melhor amiga durante os últimos 16 anos, a rocha de nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama da nação, Michelle Obama.

Sasha e Malia amo vocês duas mais do que podem imaginar. E vocês ganharam o novo cachorrinho que está indo conosco para a Casa Branca.

Apesar de não estar mais conosco, sei que minha avó está nos vendo, junto com a família que fez de mim o que sou. Sinto falta deles esta noite. Sei que minha dívida com eles é incalculável.

A minha irmã Maya, minha irmã Auma, meus outros irmãos e irmãs, muitíssimo obrigado por todo o apoio que me deram. Sou grato a todos vocês. E a meu diretor de campanha, David Plouffe, o herói não reconhecido desta campanha, que construiu a melhor campanha política, creio eu, da história dos Estados Unidos da América.

A meu estrategista chefe, David Axelrod, que foi um parceiro meu a cada passo do caminho.

À melhor equipe de campanha formada na história da política. Vocês tornaram isto realidade e estou eternamente grato pelo que sacrificaram para conseguir.

Mas, sobretudo, não esquecerei a quem realmente pertence esta vitória. Ela pertence a vocês. Ela pertence a vocês.

Nunca pareci o candidato com mais chances. Não começamos com muito dinheiro nem com muitos apoios. Nossa campanha não foi idealizada nos corredores de Washington. Começou nos quintais de Des Moines e nas salas de Concord e nas varandas de Charleston.

Foi construída pelos trabalhadores e trabalhadoras que recorreram às parcas economias que tinham para doar US$ 5, ou US$ 10 ou US$ 20 à causa.

Ganhou força dos jovens que negaram o mito da apatia de sua geração, que deixaram para trás suas casas e seus familiares por empregos que os trouxeram pouco dinheiro e menos sono.

Ganhou força das pessoas não tão jovens que enfrentaram o frio gelado e o ardente calor para bater nas portas de desconhecidos, e dos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários e organizaram e demonstraram que, mais de dois séculos depois, um Governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra.

Esta é a vitória de vocês.

Além disso, sei que não fizeram isto só para vencerem as eleições. Sei que não fizeram por mim.

Fizeram porque entenderam a magnitude da tarefa que há pela frente. Enquanto comemoramos esta noite, sabemos que os desafios que nos trará o dia de amanhã são os maiores de nossas vidas - duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira em um século.

Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos valentes que acordam nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para dar a vida por nós.

Há mães e pais que passarão noites em claro depois que as crianças dormirem e se perguntarão como pagarão a hipoteca ou as faturas médicas ou como economizarão o suficiente para a educação universitária de seus filhos.

Há novas fontes de energia para serem aproveitadas, novos postos de trabalho para serem criados, novas escolas para serem construídas e ameaças para serem enfrentadas, alianças para serem reparadas.

O caminho pela frente será longo. A subida será íngreme. Pode ser que não consigamos em um ano nem em um mandato. No entanto, EUA, nunca estive tão esperançoso como estou esta noite de que chegaremos.

Prometo a vocês que nós, como povo, conseguiremos.

Haverá percalços e passos em falso. Muitos não estarão de acordo com cada decisão ou política minha quando assumir a presidência. E sabemos que o Governo não pode resolver todos os problemas.

Mas, sempre serei sincero com vocês sobre os desafios que nos afrontam. Ouvirei a vocês, principalmente quando discordarmos. E, sobretudo, pedirei a vocês que participem do trabalho de reconstruir esta nação, da única forma como foi feita nos EUA durante 221 anos, bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada sobre mão calejada.

O que começou há 21 meses em pleno inverno não pode acabar nesta noite de outono.

Esta vitória em si não é a mudança que buscamos. É só a oportunidade para que façamos esta mudança. E isto não pode acontecer se voltarmos a como era antes. Não pode acontecer sem vocês, sem um novo espírito de sacrifício.

Portanto façamos um pedido a um novo espírito do patriotismo, de responsabilidade, em que cada um se ajuda e trabalha mais e se preocupa não só com si próprio, mas um com o outro.

Lembremos que, se esta crise financeira nos ensinou algo, é que não pode haver uma Wall Street (setor financeiro) próspera enquanto a Main Street (comércio ambulante) sofre.

Neste país, avançamos ou fracassamos como uma só nação, como um só povo. Resistamos à tentação de recair no partidarismo, na mesquinharia e na imaturidade que intoxicaram nossa vida política há tanto tempo.

Lembremos que foi um homem deste estado que levou pela primeira vez a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre os valores da auto-suficiência e da liberdade do indivíduo e da união nacional.

Estes são valores que todos compartilhamos. E enquanto o Partido Democrata conquistou uma grande vitória esta noite, fazemos com certa humildade e a determinação para curar as divisões que impediram nosso progresso.

Como disse Lincoln a uma nação muito mais dividida que a nossa, não somos inimigos, mas amigos. Embora as paixões os tenham colocado sob tensão, não devem romper nossos laços de afeto.

E àqueles americanos cujo apoio eu ainda devo conquistar, pode ser que eu não tenha conquistado seu voto hoje, mas ouço suas vozes. Preciso de sua ajuda e também serei seu presidente.

E a todos aqueles que nos vêem esta noite além de nossas fronteiras, em Parlamentos e palácios, a aqueles que se reúnem ao redor dos rádios nos cantos esquecidos do mundo, nossas histórias são diferentes, mas nosso destino é comum e começa um novo amanhecer de liderança americana.

A aqueles que pretendem destruir o mundo: vamos vencê-los. A aqueles que buscam a paz e a segurança: apoiamo-nos.

E a aqueles que se perguntam se o farol dos EUA ainda ilumina tão fortemente: esta noite demonstramos mais uma vez que a força autêntica de nossa nação vem não do poderio de nossas armas nem da magnitude de nossa riqueza, mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e firme esperança.

Lá está a verdadeira genialidade dos EUA: que o país pode mudar. Nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já conseguimos nos dá esperança sobre o que podemos e temos que conseguir amanhã.

Estas eleições contaram com muitos inícios e muitas histórias que serão contadas durante séculos. Mas uma que tenho em mente esta noite é a de uma mulher que votou em Atlanta.

Ela se parece muito com outros que fizeram fila para fazer com que sua voz seja ouvida nestas eleições, exceto por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.

Nasceu apenas uma geração depois da escravidão, em uma era em que não havia automóveis nas estradas nem aviões nos céus, quando alguém como ela não podia votar por dois motivos - por ser mulher e pela cor de sua pele.

Esta noite penso em tudo o que ela viu durante seu século nos EUA - a desolação e a esperança, a luta e o progresso, às vezes em que nos disseram que não podíamos e as pessoas que se esforçaram para continuar em frente com esta crença americana: Podemos.

Em uma época em que as vozes das mulheres foram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela sobreviveu para vê-las serem erguidas, expressarem-se e estenderem a mão para votar. Podemos.

Quando havia desespero e uma depressão ao longo do país, ela viu como uma nação conquistou o próprio medo com uma nova proposta, novos empregos e um novo sentido de propósitos comuns. Podemos.

Quando as bombas caíram sobre nosso porto e a tirania ameaçou ao mundo, ela estava ali para testemunhar como uma geração respondeu com grandeza e a democracia foi salva. Podemos.

Ela estava lá pelos ônibus de Montgomery, pelas mangueiras de irrigação em Birmingham, por uma ponte em Selma e por um pregador de Atlanta que disse a um povo: "Superaremos". Podemos.

O homem chegou à lua, um muro caiu em Berlim e um mundo se interligou através de nossa ciência e imaginação.

E este ano, nestas eleições, ela tocou uma tela com o dedo e votou, porque após 106 anos nos EUA, durante os melhores e piores tempos, ela sabe como os EUA podem mudar.

Podemos.

EUA avançamos muito. Vimos muito. Mas há muito mais por fazer. Portanto, esta noite vamos nos perguntar se nossos filhos viverão para ver o próximo século, se minhas filhas terão tanta sorte para viver tanto tempo quanto Ann Nixon Cooper, que mudança virá? Que progresso faremos?

Esta é nossa oportunidade de responder a esta chamada. Este é o nosso momento. Esta é nossa vez.

Para dar emprego a nosso povo e abrir as portas da oportunidade para nossas crianças, para restaurar a prosperidade e fomentar a causa da paz, para recuperar o sonho americano e reafirmar esta verdade fundamental, que, de muitos, somos um, que enquanto respirarmos, temos esperança.

E quando nos encontrarmos com o ceticismo e as dúvidas, e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com esta crença eterna que resume o espírito de um povo: Podemos.

Obrigado. Que Deus os abençoe. E que Deus abençoe os Estados Unidos da América".

Discurso completo do Presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, diante de mais de 100 mil pessoas no Grant Park de Chicago (Illinois), às 23h locais, 3h da madrugada do dia 05 de novembro de 2008, horário de Brasília.

Senhores das Armas


Inacreditável. Vejam os dez países que mais gastam em armamentos no mundo, em ordem decrescente: EUA, Russía, China, França, Reino Unido, Coréia do Norte, Índia, Paquistão, Coréia do Sul e Israel, eles mantém 8.990.400 soldados a postos para se defender e matar e gastam, anualmente, a soma de 539,6 bilhões de dólares. Todos estes países também possuem bombas atômicas. O gasto mundial com armamentos chega a US$ 1,339 trilhão (R$ 2,179 trilhões), informa o Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês).
Imagine em dez anos, os líderes mundiais investirem US$ 13,390 trilhões de dólares para erradicar a miséria do mundo. Segundo especialistas são necessários 50 bilhões de dólares anuais até o ano de 2015 para cumprir a meta de erradicação da fome, estabelecida pela Aliança Contra a Fome, formada por diversos países dentre eles o Brasil. E tem mais: somente com publicidade, o o planeta gasta anualmente 10 vezes mais que isso. Somente os europeus e estadonidenses gastam 17 bilhões de dólares com alimentos para animais domésticos. Se somarmos o que se gasta com o consumo de drogas e supérfluos, veremos que sobra, jorra dinheiro para investir na evolução do planeta terra, para um planeta mais feliz.

A foto acima é de Arnaldo Carvalho (http://www.flickr.com/photos/acarvalho)